HISTÓRIAS
Bastidores do Bonde
Brasil
A oficina de restauração dos bondes é um lugar escuro, empoeirado e com ferrugem por todo o lado. A equipe muitas vezes se vê em projetos dificílimos, como a restauração de veículos vindos de outros países. Sem peças para reposição, precisam se desdobrar para criar soluções, adaptando ou customizando. Por isso, possui uma estrutura básica de carpintaria e mecânica preservada desde a época em que os bondes circulavam.
Foi durante uma pauta da Prefeitura de Santos que vi pela primeira vez os bondes aguardando para serem revitalizados. A partir desse dia comecei acompanhar de perto o dia a dia desta equipe, que além da restauração também faz a manutenção da linha.
Documentei esse trabalho de 2015 a 2017, buscando mostrar os bastidores da atração mais charmosa do bairro. Atualmente, a frota conta com menos de dez bondes, entre os que estão em funcionamento ou na garagem aguardando a restauração. Vieram de doações de várias partes, Itália, Portugal, Japão, Escócia e Estados Unidos.
Em contraste com a rapidez dos ônibus, o bonde elétrico trafega lentamente pelas ruas da cidade de Santos. Hoje leva turistas e saudosistas em um passeio pelo Centro. A história dos bondes em Santos se mistura à da ferrovia no Brasil. A cidade foi a primeira do estado de São Paulo a ter uma estação de trem, em 1867. Era por meio da Estação do Valongo, que se tomava o trem para percorrer a antiga Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, passando por várias cidades, entre elas São Paulo, com parada na Estação da Luz.








